segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Retorno do exemplo

Tão simples quanto a lei do retorno, é a lei da educação.
Educação é muito mais complexa do que palavras bonitas, colégio caro e bons costumes.
Educação é exemplo.
E desde que o mundo é mundo, as pessoas se espelham em seu entorno.

Educar os filhos é tarefa tão complexa e tão árdua quanto se trabalhar numa mina.
Demanda tempo, carinho, disponibilidade, atenção, amor, dedicação. Não é fácil. É constante e interminável. E como na analogia da mina, nos cansa, por causa da dedicação integral exigida, mas a recompensa pode ser um belo diamante.


Ensinar alguém a conviver em grupo é o princípio das boas maneiras, e algumas famílias se esquecem que o próprio lar já deve ser considerado um núcleo, e portanto, deve-se ter respeito a esse todo.

Longe de ser expert em psicologia ou qualquer formação profissional na área de humanas, como leiga mesmo, vejo a cada dia, famílias inteiras sem rumo, pelo simples fato de lhes faltar exemplo.
Vejo mães estarem ao lado de seus filhos, e sequer saber do que eles realmente precisam.
Vivencio inúmeras experiências de comportamento inadequado das famílias. Sim, as crianças não tem limites, lhes falta comando, boas maneiras e regras. Mas, principalmente, lhes faltam exemplos.
As crianças que tem mau comportamento, em 99% dos casos, estão acompanhados de pais invisíveis. Aqueles que sequer escutam as necessidades de seus filhos, quiçá o quanto seus filhos tem atitudes inoportunas.
Vejo crianças correndo, gritando ou enfrentando pais com fones de ouvido, e com o celular ou o tablet dispostos a extraí-los do mundo real. Entendam bem: os pais usando fones de ouvidos.
Ouço palavrões e respostas inadequadas. De ambos. Dos filhos para o mundo, e dos pais para o mundo.


Vejo pais que não agradecem, que falam alto, que discutem, que "têm direitos" comprados. Pessoas que tratam subordinados com desdém.
Além de ver pais criticando um idoso, e suas dificuldades.  Fazendo algumas malandragens (brasileiros em geral  tendem a serem espertos), furando filas, burlando regras, infringindo leis.
Pais que não param na faixa de segurança, ou não passam por elas puxando seus filhos pelas mãos.
Pais que param na vaga para deficiente.
Pais que pedem para o filho mentir a idade.
Pais que orientam os filhos a dizer ao professor que os salário deles é pago pelos mesmos.

Esses mesmos compram suas ausências com presentes, viagens, roupas caras.
Pagam pessoas para acompanhar seus filhos, sem saber (pasmem) sequer trocar fraldas deles.
Pais que viajam desprovidos de alimentos ou roupas adequadas para aqueles que não tomam decisões sozinhos.

Ser pai e mãe, como já dito, demanda tempo.
Faz parte da criação do filho, orientá-lo a cada deslize, cada palavra errada, cada atitude.
Seja no guardanapo não usado, falando enquanto come, na resposta que dá para o irmão. Todos esses momentos os pais devem estar atentos. E isso cansa, de fato.

Mas o ser que está em formação, só será um ser educado, se vir seus pais sendo gentis um com o outro, aguardando a hora de falar (de forma adequada e sem atropelos), se os vir seguindo as leis do país que moram e dos que visitam, os vendo cuidando dos idosos com carinho e atenção... não maltratando animais, tendo atitudes sustentáveis com o planeta.

Pais que orientam, que cuidam... independente do tempo que dispõem (esse é item raro). Pais que, de fato, amam e se preocupam. Que têm valores e que enxergam o mundo como um todo.

Educação é exemplo. E o que falta em nossa espécie, são bons exemplos.


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