A vida é sempre justa.
Mas nem sempre da forma que entendemos…
A vida, às vezes, é tão justa que aperta, sufoca, prende… e nós somos obrigados a aprender a vestir a nova roupa (mesmo que temporária), mas que deve ser usada porque é aquilo que se tem para hoje.
Dentre tantas formas de crescimento que o ser humano pode vivenciar, ainda se evidencia como uma das maiores maneiras de crescimento a morte iminente.
Todas as nossas perdas nos moldam, porém a informação de que sua vida pode se esvair e que esta está fora do seu controle, pode ser uma das maiores possibilidades de crescimento da alma que temos presa em nossos corpos.
Quando experimentados dessa oportunidade, temos duas alternativas: esvair ou lutar.
E é nessa hora que a vida realmente aperta: que a decisão deve ser tomada, e seguida, segundo pós segundo, como prova dos leões que temos em nós, mesmo quando em pele de gatinhos.
Pra quem decide esvair… a própria decisão diz por si, e a consequência pode ser lenta, mas será fora do controle tal e qual qualquer outra forma de viver… tudo acontece como tem que acontecer e o papel, nesse caso, é somente esperar.
Para quem luta, fica a responsabilidade de esforçar-se a cada momento, vencer medos, dogmas e preconceitos. Driblar a mente, fazendo uso de todos os artifícios, espirituais ou medicinais… afinal, a tecnologia e a ciência, também dão uma forcinha para a melhora da medicina.
Basta? Não, não basta.
Deve-se não contentar-se. Deve-se desrespeitar a tal lei da natureza e qualquer desventura física que com ela viver. Deve-se encará-la, como os grandes lutadores fazem e mostrar quem tem mais força. Deve-se tornar o predador, a quem a própria doença tem medo.
Todas essas palavras, para elucidar a uma grande vencedora da vida. A uma pessoa qual, um exame, daqueles de rotina, se transformou na maior batalha de sua vida (e de todos que estavam ao redor).
Um câncer foi diagnosticado e a primeira frase anunciada: “Eu não sou esse punhado de células ruins… eu sou um zilhão de células boas.”
A vida foi justa?
Foi. Em aperto, em incômodo, em prisão, em sufoco.
Mas o mais importante, é que a decisão de justiça, foi feita por aquela qual decisão enfrentar todos os paradigmas de uma doença considerada fatal, foi o primeiro grande golpe, de muitos outros quais essa lutadora precisou utilizar.
Ela vestiu a nova roupa, sendo justa mesmo e foi.
Venceu.
A hora chegou para essa guerreira e ela foi uma das grandes vencedoras das possíveis injustiças da vida (seria certo falar assim? Será?).
Somos todos, familiares e amigos, gratos por sua insistência, garra e força em querer vencer. Aprendemos todos com a sua determinação. E somos muito felizes em poder comemorar sua vitória sempre.
À você, Marceli: desejos de que as roupas da vida sejam sempre leves e soltas, como batas confortáveis. Quando à vida em si: desejos de que seja justa em retorno de todas as batalhas enfrentadas e vencidas. Mérito mais que merecido.
*texto em homenagem à Marceli Fernandes Lazari, minha irmã... mãe dedicada, filha querida, engenheira florestal, vencedora de um câncer de mama e aniversariante em 26/01.