Eu perdi a conta
de quantas vezes me esforcei
para não pensar em você.
E nesta conta
eu não conto quantos
diferentes sonhos
ou quantos imaginados contos
eu desejei acontecer.
Eu sei somente
que em devaneios soltos
ou em contos
um tanto psicóticos
nessa repetição neurótica
de uma memória distante
foram muitos pensamentos desobedientes
de quem, incessantemente,
aprendeu a perder.
Eu perdi a conta
de quantas estrias formaram
em coração roto
de tanto esforço
para um esquecimento
numa elasticidade inadequada
que a lembrança e a tentativa
de desmemoria
só fizeram por enfraquecer.
Nesta conta,
não menos lembrança,
não menos memória,
não menos história,
somente mais contos
de quem conta
cada momento
em esforço contínuo
para tentar esquecer.
Lindo conto
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