terça-feira, 25 de março de 2014

Somos todos iguais

Quando se olha de fora para dentro da vida dos outros, tudo parece tão bem resolvido.
A impressão que temos é de que na vida das outras pessoas as coisas se revolvem melhor, com outras fórmulas, ou melhor, com fórmulas que não possuímos.
Nos parece que aos outros as tristezas são menos doloridas, as doenças menos sofridas, a infelicidade mais passageira, a alegria mais tenra, o sucesso sempre a postos.

Não sabemos quais são as lutas dos outros seres humanos. Não sabemos quantas lágrimas rolam escondidas embaixo do dinheiro, sorrisos e teto dos outros.

Todos nós travamos batalhas diárias, afinal, não somos celestiais.
E somente no nosso silêncio, conseguimos perceber quem somos. Quando se está deitado, cabeça no travesseiro, olhos cerrados e monstros adormecidos: nesta hora, você sabe o que quer, de verdade. É nessa hora que a criança interna grita a sua grande vontade e você escuta com um eco infinito.
Nesta hora, somos todos iguais. Todos em pensamentos nus, despidos de nossos pudores, sozinhos em nossas guerras privadas.

Nesta hora, poderíamos parar com aquele egoísmo inato, deixar o umbiguismo de lado e lembrar que ao outro, aquele em que a grama parece mais verde, que a vida parece mais bela, os problemas parecem diminutos... Esse outro, nesta mesma hora, sente- se tão impotente quanto você. E como você, muitas vezes, faz força sobrenatural para abrir os olhos e enfrentar o mundo, que tantas vezes apresenta mais alegria do você tem em si.

Somos todos iguais. Em carnes diferentes.

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