sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Qual é a sua decisão?


Há algum tempo, já entendi que o que eu preciso é carinho.
Entendi e parei de me auto-sabotar.
Durante alguns meses, depois da minha separação, quis provar para mim e para os outros, que tudo que eu queria era me divertir.

Hoje, com alma mais transparente, me conhecendo mais e o mais importante: me amando muito mais, vejo que tudo que sempre precisei  foi atenção e carinho. Precisei tanto destes dois itens, a ponto de abrir mão do que já era confortável (porém vazio), para ver se os encontrava.

E quando me vi, com o peso da minha decisão inteirinho só para mim, refleti, respirei e decidi: vamos Mariani, agora é só você.

Comecei uma busca diária de tudo o que me faz bem. E descobri que grande parte já estava aqui. Felicidade se cultiva. 
Perceber que eu posso ser feliz, sozinha, comigo, foi meu maior presente neste ano.
Aprendi a rir de mim, ainda mais. Das minhas maluquices, da falta de memória, dos esquecimentos. Converso comigo e respondo para mim... afinal, se é para ser maluca, tem que ter o pacote completo.
Falo com minhas plantas, que crescem e florescem lindamente.
Converso com meus gatos,  que me respondem (Graças a Deus, não em português), mas miam para pedir, reclamar... e me seguem pela casa toda.
Converso muito, muito mais com meus filhos e participo mais da vida deles.
E como prêmio, eles se tornaram companheiros inseparáveis e aprenderam a ter mais responsabilidade. 
O mais velho se tornou mais responsável, me ajuda com tarefas caseiras e financeiras, me apoia, me incentiva, e até me dá conselhos amorosos...
A do meio, organizadíssima, se preocupa com o bom andamento do lar, das escolas, ficou incumbida de lembrar de tudo que a mamãe esquece e distribui seu carinho com uma intensidade absurda.
A mais nova se tornou mais participativa, já organiza suas coisinhas e nos faz rir com seu jeito engraçado de viver.

Aprendi a dormir cedo e a acordar cedo. Vejo o dia render.
Consegui organizar horários de escola e atividades extras dos meus filhos, a ponto de sobrar, pasmem, tempo para mim.
Hoje, treino todos os dias. E, de brinde, ganho a tal endorfina que sempre ouvi falar: faz milagres.
Parei de fumar. Tirei o suicídio da minha lista de afazeres. Entendi que era isso que eu fazia. (Com exceção de um deslize ou outro. Sou gente e faço cagada).

Já aprendi a amar de novo. E aprendi também, a ter que deixar ir embora.
Aprendi a não provar que sou a escolha certa porque isso eu não sei se sou.

Aprendi a ter paciência, respirar com mais calma, mesmo quando meu pulmão se torna raso por alguma ausência.

E já entendi que estou disposta a enfrentar a vida como ela é. 
Sentindo dor, amor, calor, frio, ansiedade, calmaria...
Não tenho medo da vida não. Nem das coisas que já senti, nem das que sentirei, mesmo quando amargas.
Porque posso ser destrambelhada, esquecida, boba pra muita coisa... Mas para viver, eu não sou.

Não quero e não vou viver em quarto escuro, com cortinas fechadas.
Nem reclusa das dores, porque pode ser que eu encontre dor, mas pode ser também que, ao contrário, eu encontre muito amor. 
O amor que eu preciso para completar o que sou. Pra me fazer ainda mais feliz. 
Com muito carinho e atenção, como eu sei distribuir.

Pode ser que eu encontre reciprocidade... E isso eu só saberei se eu der a cara a tapa.
É assumir, mais uma vez, as consequências de saber viver.

Essa é minha decisão. Viver.

Um comentário:

  1. A cada dia vc se supera, seja com suas escolhas, palavras e /ou sentimentos. E assim, cd dia que passa fico mais orgulhosa de vc. Sua luta diária em se encontrar, pode ter certeza, faz bem a vc e reflete em todos nós. Agradeço por isso. Bj, te amo e é isso aí: viva! (e tenha ctz de que torna a nossa vida melhor por isso!) Tks...

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