quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Mulheres sem semi. Mulheres sem quase.


Descobri que gosto nada da palavra quase.
Não gosto de suposições e o quase entra em uma suposição.
Não sou quase humana, não sou quase mulher, não sou quase mãe, nem quase comissária, nem quase amiga. Não sou nada quase.
O quase me esmigalha por dentro.
O quase romântico, quase querido, quase feito, quase perdido, quase vencido, quase amado, quase vivido.
E ultimamente estou rodeada de 'quases' e 'semis'
Sei que estes plurais não existem, mas eu posso inventá-los.
O semi me destrói tanto quanto o quase. O semi é bem mais que o quase, mas ainda não é um inteiro.
Não peça para uma aquariana ter semi-liberdade. Ou ser semi-seja lá o que for.


Aliás... das grandes mulheres que eu conheço (e sim, eu me incluo nesta lista), nenhuma é semi ou quase.

São mulheres que sabem o espaço que ocupam.
São mulheres que não precisam de autorização. Que não exigem presença, não telefonam todo tempo. Tocam a vida sozinhas, independente de estarem acompanhadas. São mulheres que arriscam. Mulheres com ideias.
São mulheres que assustam, porque encaram a vida do jeito que a vida é. Pegam suas mochilas, colocam nas costas.
Erram muito, porque não têm medo da realidade; e tendem, por terem tanta coragem, a levar os outros, os problemas dos outros, e as dificuldades dos outros, como sua própria bagagem, tornando seu fardos (ou suas mochilas) mais pesadas do que já seriam.

Todas estão lá, de cabeça erguida, com o peito estufado, mesmo quando estão ralando o joelho no chão de tanta esfolada que levam da vida.
Estas grandes mulheres (sejam aquarianas ou não) são corajosas, empreendedoras, autodidatas e persistentes. Resilientes, seria a palavra da moda.
Mas elas, não estão nem aí com a tal da moda. 

Hoje, elas estão afins de jeans, colocam jeans; se estão afins de salto, colocam salto.
Entendem que são muito mais que peças, títulos e marcas de roupas.
Sabem que podem passar maquiagem, ou simplesmente não, porque a beleza está em outro sentido...

Preocupam-se em serem pessoas mais bonitas e não rostos mais atraentes.

Esta mulheres sorriem com os olhos, enquanto te mandam tomar no c* .
Porque elas sabem quem são. Sabem o que querem.
Sabem o que e a quem NÃO querem, o que é melhor do que saber a quem querer.


Elas sangram por elas e sangram pelos outros.

Mas elas desistem de qualquer, leiam bem, QUALQUER um que lhes estiver atrapalhando a evolução.
Estas mulheres precisam de espaço para crescer e se desvinculam de tudo que lhes aprisiona, maltratada, desdenha ou ignora.
Estas, sim, são mulheres. Mulheres sem semi. Mulheres sem quase. 

E eu sou uma desta mulheres.

4 comentários:

  1. Parabéns pelas crônicas! Você traduz em palavras aquilo que sentimos na alma! SUCESSO!

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    1. Obrigada Glau! Me sinto acariciada na alma, por pessoas tão especiais passarem por aqui. Vc é uma delas! Beijo

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  2. Arrepiei - na alma. Tenha ctz de que acompanho suas palavras com um brilho nos olhos que pode ser traduzido como "eu já sabia q ela era tudo isso!". Obrigada por nos dar de presente mais uma crônica maravilhosa. Sou fã... ;)

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    1. Meu maior presente é me sentir identificada em tantas pessoas tão especiais. Fã? EU sou sua.

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