quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Plástica




Em busca de beleza eterna, nos submetemos a tudo e todos os procedimentos que conhecemos para envelhecer menos ou adiar o inadiável.
Já é sabido há tempos que não existe pessoa feia, existe quem não tenha dinheiro para investir nestes procedimentos estéticos, cada dia mais acessíveis desde pequenos coiffeurs à grandes clínicas renomadas.
Pílulas, cirurgias, drenagens, aplicações, plataformas, choques, cremes, pedras... Faz-se qualquer coisa para evitar a queda do colágeno, e os efeitos que surgem com a natureza e seus passar de anos.
Ainda, na busca pela beleza eterna, e com a tecnologia dando uma forcinha com novos recursos e aplicativos, sempre há uma forma de 'melhorar' a aparência dando um retoque final à foto antes de postá-la e mostrar ao mundo o quando somos belos, em poses selfies, como cartazes que anunciam "vejam como sou feliz", "elogiem minha beleza", "continuo jovem" ou qualquer outra pequenice interna que ratifique o quanto somos especiais ou melhores ou mais felizes.

No entanto, tem-se esquecido quanto o que, de fato, faz pessoas bonitas... Com o passar do tempo, atitudes simples, mas que mostram valores, ficam para trás, numa busca incessante pela auto propaganda digital.
Chegar no horário marcado; 
Dar passagem à idosos e mulheres;
Interagir com as pessoas as redor;
Falar bom dia para quem passa;
Dar a mão para quem desce do veículo ou a escada depois de você;
Observar quem precisa de ajuda;
Cumprir com promessas;
Não deixar esperando;
Telefonar;
Responder às mensagens;
Ser gentil;
Colocar-se à disposição;
Ter empatia;
São exemplos de atitudes que esvaem-se gradativamente e mostram a verdadeira beleza interior.

As redes sociais nos unem por lindas fotos de fotógrafos amadores cada dia mais voltados em exibir uma felicidade aparente, com poses e paisagens que zelam suas belezas, enquanto o mundo paira num limbo de pessoas que precisam ser aceitas pelas outras a todo custo.
Caras e bocas e poses e frases de efeito complementam as, digamos, qualidades, de quem se expõe.
Vivemos uma era de pessoas esteriótipos, com a pele mais lisa, mais lustrosa, corpos malhados, linhas definidas, maquiagens impecáveis que escondem em seus corpos a beleza oca de ser alguém vazio.
E o mundo aplaude (e incentiva) em suas telas HD, touchscreem, high tecnologie a futilidade de ser famoso, ou exposto nem que seja por um clique, por um like ou por um só momento, enquanto o planeta precisa é de mais atenção, mais amor, menos futilidade. Precisa-se de seres mais vivos um pouco menos humanos.
Precisa-se de seres mais belos.

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