terça-feira, 2 de setembro de 2014

Mais um adeus




Então, o céu escureceu e caíram gotas grossas de uma chuva pesada.
As nuvens choravam toda a tristeza qual esculpia coração em dor latente.
A água molhava em salgado os meios fios, as ruas, os telhados.
A pena solitária, neste momento, jorrou em abundância sobre ladrilhos gastos, trazendo brilho ao que antes fora só paralelepípedos. 
A chuva escureceu ao céu, em tanto superior, clareou a anestesia de corpo dormente por cansaço, por distancia, por falta de amor.
Enquanto essas lágrimas escorriam, o silêncio se rompeu, por trovoadas que ecoam em mensagens lacradas.
Não há mais coragem, não há mais motivo.
Não há esperança de resgate, por brutalidade, por rudez. Ou por infelicidade mesmo.
Infelicidade daquelas estampadas em muitas notas, descritas em madeira e corda. Como toda dor faz nascer. Como todo dessabor faz gerar.
E tal tempestade faz com que estruturas inteiras se curvem, em saudação  à sua potência de mudança.
As árvores entortam, em suas rajadas, obedecendo à força de transformação.
O vento assovia, e leva embora o pouco que trouxe. 
Sem chance, sem mágoa e sem a magia que todo momento como esse deveria existir por obrigação.

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