sexta-feira, 16 de maio de 2014

Desculpem-me, mas eu preciso dizer


Desculpem-me os que não precisam ler isso, mas eu preciso dizer.
Vejo, ouço, leio gente revoltada com o país. Gente indignada com a falta de infra-estrutura, educação defasada, saúde um caos, Copa do Mundo superfaturada.
Toda essa revolta tem fundamento. O país está jogado às traças em tudo que deveria ser básico, em todos os "direitos assegurados" em Constituição (que, aliás, também já está precisando de reformas).
Em nosso país, 'abençoado por Deus e bonito por natureza', a corrupção e inescrupulosidade estão correndo soltas, livres, sem medo de serem felizes. 
Tem gente mamando deitado em nossas tetas e o máximo de jornalismo que vemos, é uma notícia ou outra sobre a verdade, encobertada com muito sensacionalismo irreal. 
Porém, as pessoas fazem questão de manisfestar revolta em rede social, como se esse fato, fosse engrandecer ou  melhorar o NOSSO país.
Não vai. Não assim, de forma solta, em palavras soltas, em movimentos soltos.
Mobilizar-se é necessário sim, porém, entender quem são aqueles que nos prejudicam, seja na cara dura, ou encobertos por protecionismo político, é mais importante do que pequenas revoltas em rede social.

Não é o caso de muitas pessoas fundamentadas que conheço. Graças a Deus, tenho amigos inteligentíssimos que usam este meio de comunicação para informar os menos interessados ou menos privilegiados a conhecer a verdade, usando dados, fatos e notícias fundamentadas: essa comunicação é correta.
Porém algumas outras, revoltadas para tudo, bravejam palavras de revolta sendo que, elas mesmas, fazem um pouco do tal "jeitinho brasileiro" para se dar bem.
Tem gente que pede dinheiro emprestado e não devolve (inventa história até o que emprestou cansar e desistir). Tem gente que suborna fiscal. Tem gente que burla o Imposto de renda. Tem gente que para na vaga para deficiente "só por um minutinho". Tem gente que suborna o policial. Tem gente que inventa doença e usa a previdência para ficar afastado do trabalho. Tem gente que faz contrabando. Tem gente que recebe troco a mais e não devolve. Tem gente que falsifica carteirinha de estudante. Tem gente que finge invalidez para aposentar. 
Tem gente pras todos os gostos, ou seriam mau gostos?

Tem gente se dando bem em tudo que pode.
E depois, vem se revoltar contra um sistema inteiro que nasceu, há 514 anos, sendo colonizado por degredados e uma monarquia mais que falida, expulsa do seu país de origem.

Se a gente quer mudar uma cultura, tem que mudar primeiro a si. Nossos valores, nossos atos, nossas premissas, nossos ideais.
Quem continua "dando um jeitinho" pode até se dar bem, mas prejudica um sistema inteiro, e depois, a pancada só vem em forma maior: mais escancarada, mais dolorida, muito, muito mais forte no meu, no seu, no nosso bolso (e em nossos direitos que estão quase entrando em extinção).

Falta segurança sim. Falta saúde sim. Falta infra-estrutura sim. Falta educação sim.
Mas falta muito mais respeito de nós para conosco e para nossos filhos. 
Falta vergonha para parar de apontar ao outro e não corrigir os "nossos pequenos erros perdoáveis" e cheios de auto desculpas.
Falta muito, muito pra termos um país perfeito, mas falta muito mais, para sermos um país correto, de pessoas idôneas.

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