Ela escreveu a palavra amor
na massa cinza fresca
da obra quase finalizada
cheia de expectativa e decisão
(apenas o cimento, não concreto)
Ele leu
e reafirmou com desenho
representado por linhas arredondadas
uma expressão voluntária
da insciência pueril
(construção íntima nada reformada)
Ele disse
“não mais agora”
ela disse
“eu sinto muito”
e um abraço vazio se fez entre dois corpos
(alicerce móvel sem edifício)
Ela se foi,
e chorou.
Ele ficou,
e olhou pro espaço vago
lugar que ambos ocupam em momentos alternados
(massa corrida em tempo lento)
A reforma,
o sonho,
a propriedade,
a conquista,
ficam na edificação inacabada
(do construtor que destruiu)
Ele, ficou com o bar
ela, ficou com a obra.
BLP*
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