quinta-feira, 12 de maio de 2016

Eu parei de falar vem


O dia que eu parei de falar “vem”, eu fiquei só.
Não foi cansaço não. Muito menos preguiça. Foi esgotamento.
E esgotamento faz parte de uma lista infinita de sentimentos.

Desde então, veja só você, não me senti sozinha.
Me descobri.

Me reinventei, me refiz. Me achei no mundo.

Fiquei exigente. Comigo mesma. E partir daí, por quê não ficar exigente com o restante do mundo?
Dois não são um.
Dois são dois e se a matemática não for levada ao pé do número, dois têm a obrigação de serem muito mais que dois. Dois viram muitos. 
Não precisam ser iguais, podem ser diferentes. Mas têm a incumbência de aprenderem um com o outro, ser apoio, amparo, estabilidade, segurança, equilíbrio, serenidade e harmonia.
Muita exigência? Não, não é não.
Porque uma dupla, seja ela qual for, tem que ter a mesma doação, o mesmo querer e o mesmo sentimento.
Aprende-se em dois, erra-se em dois, conserta-se em dois.
Quando o lado pesa para um só, a balança modifica o peso e alguém pode sucumbir. Certeza que será aquele que dedica mais, aí já vira sacrifício. Uma relação não tem que ser penitência para ninguém.
Muito menos uma condição de uso temporário... E muitas pessoas ainda tem a selvageria da vida nômade, aquela qual acampa em um terreno por tempo determinado até o esgotamento da caça, do alimento ou do tesão.

Abnegar-se do que é vazio, do que é superficial, é exercício permanente.
E pode ser condição que imponha permanecer desacompanhado.
Porém, não existe companhia melhor de encontrar dentro de você tudo aquilo que se apaga, uma vez que foi entregue à pessoa errada.

Eu parei de falar “vem”. E passei a dizer “vou”.


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