quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Uma fase: muitas memórias.


Começa um novo mês e a respiração profunda faz parte dele: inspire, expire e vá.

Acreditar que o dia número 1 é indício de um novo ciclo é como receber vida extra em um jogo virtual. A gente se enche de coragem e esperança, e segue em frente.
Nada, absolutamente nada estará tudo ruim, assim como nem tudo estará bom (já escrevi isso uma vez, palavras roubadas de meu amigo filósofo Klein).
E a vida é feita de fases, uma boas, outras excelentes e outras que poderíamos muito bem ficar sem, mas elas estão aí pra serem sentidas e fazerem algum sentido algum dia (assim a gente espera).
E se volta a falar da palavra espera e de esperança, onde a ação é "esperar por alguma coisa".
Mas a gente já não é mais criança. E esperar tem sentido até ingênuo demais. Quase mais ninguém consegue esperar alguma coisa acontecer nesse mundão doido, onde tudo é automático, imediato, eletrônico e urgente.
Nós deixamos a vida nos levar (cantaria o Zeca), mas com uma pressa danada, correndo atrás de uma multidão e um gigante número de afazeres imediatos, não se pode deixar para depois uma pequena ação, que ela se transforma em uma avalanche de afazeres, que em algum momento, não daremos conta.
Dá impressão que tudo acontece ao mesmo tempo e, ao mesmo tempo, nada de novo acontece.
Aí, nessa afobação toda, passa boi, passa boiada. Passa os minutos, as horas, passou o dia, acabou o mês e já, já é Natal. 
Está pensando que é fácil? São apenas mais 85 dias para o Natal, e em mais 90, chega 2015!

Nessa hora, você tem um surto súbito, seu corpo enrijece, sua respiração para. 
Já? Pois é, já.
Temos quase nada de tempo pra realizar pequenas tarefas acumuladas diariamente, quiçá para pensar nas demandas da reunião de final de ano, que em pouco tempo, estará aí.

E sua produtividade onde ficou?
O que você fez de bom?
Onde você melhorou?
O que aconteceu, de fato, com você?

Definidamente, você não é a mesma pessoa que foi ontem, muito menos a de dez anos atrás.
Você tem conquistas, fatos, vitórias e derrotas agregadas a esse corpo que  modificam todo um ser e aos que estão ao redor dele.

Você está passando mais uma fase. Esteja ela mais para boa ou para ruim, o que interessa mesmo, é que ela passará, e depois dela, quem desfrute das ocorrências desse ciclo.
Deixemos que essas fases façam o que têm que fazer: ninguém permanece igual a vida toda. Nós aprimoramos tudo, as qualidades e os defeitos. Mas sempre há tempo de olhar bem fundo e com lentes para nosso íntimo, e perceber o que pode ser melhorado.
Ninguém precisa ser igual ao outro. Cada um faz o que quer de sua "fase". Desde que não se culpe apenas a alguém só porque aí dentro a coisa está feia. Ninguém precisa ter culpa ou ser culpado por nossos ciclos. Eles são nossos e (muitas vezes) nossas escolhas.

Hoje começa novo mês. Mês florido, perfumado. 
Renderá frutos, com certeza. E que esses frutos possam ser aproveitados... que sejam degustados, independente do sabor que deixarem: depois, eles serão só memórias. 


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