domingo, 8 de junho de 2014

A minha dor na alma


Queria eu poder esvair em lágrima 
tudo o que enche minha alma, 
e sentir, aos menos por alguns instantes, 
alívio, mansidão  e plenitude.

Queria ainda, respirar profundamente 
e sentir meu pulmão completo de vida 
(ou ar, seria suficiente).

Queria que meu coração batesse 
como um dia já bateu... firme, feliz, forte... 
como nunca antes havia sentido... 
aconchegado, como um cachecol enrolado, 
em uníssono pulsar.

Queria receber mais do que dúvidas, 
mais que pensamentos vagos,  
mais do que lembranças distantes e 
memórias paradas em foto.

Queria aprender a ser distante
e em distância ser paciente, 
enquanto aguardo em momentos brandos 
qualquer retorno, qualquer motivo.

Queria ser não tão clara, 
ser até um pouco secreta, 
para que procurassem em mim segredos, 
e que estes mistérios 
me fizessem mais interessante.

Queria estar menos pronta, 
menos à disposição.
Ser menos inteligente, 
ou independente, 
ou querida, 
ou qualquer outro predicado que junto com os outros, 
permita que a culpa nunca seja minha 
e sim de quem não pode 
ou não quer ter tudo isso em uma pessoa só.

Queria ser menos verdadeira.
Queria pensar menos.
Queria sentir menos.
Queria só não ser tanta desculpa 
para quem vê tudo e não quer nada.

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