domingo, 19 de janeiro de 2014

À todos os 37 que eu repetiria



Bom... E  chega uma nova idade...
E eu me dei conta... Não sou mais uma menina nova. Não tenho mais como ser jovem fisicamente.  Não tenho como voltar para trás.
Já tenho 38 vezes 365 dias em meu curriculum. Um total de 13.870 dias, aproximadamente. Mais de 332 mil horas que não voltarão.
Essa observação não é um lamento. Mas, de repente, pensando em meu aniversário, me dei conta de que não tenho como ficar mais nova, e pensando melhor, nem sei se eu gostaria disso.

Algumas destas quase 333 mil horas, eu confesso, não gostaria de que se repetissem... Não pelo mundo em si, mas pelas dores que senti em alguns momentos. Não gostaria que se repetissem, nem desejo a ninguém que sintam como eu já me senti. Algumas dores, eu acredito, não precisavam passar por nós... Mas alguém me convenceu que a lei é: ou no amor, ou na dor... Na boa, gente... Pra mim, é lorota. Dá muito bem para gente aprender só no amor, mas o mundo é inevitável, as pessoas pensam de formas diferentes...  E a dor existe, não tem jeito. O que não dá mesmo é pra viver em uma redoma, alheio a tudo, protegido de todo mal, porque quem se isola não vive nem um e nem outro (nem o bem, nem o mal).

E por falar nisso, algumas outras mil horas eu desejaria sim que se repetissem. Algumas, se fosse possível, eu teria apertado o "repeat", e teria ficado lá até minha exaustão.
Tantas horas eu sorri... Tantas! Ao lado de tantas pessoas especiais.
Já pude amar, fui amada. Tive meus filhos, meu trabalho que tanto amo...  Vivi voos espetaculares, com colegas pra lá de especiais. Aprendi tanto, voei tanto, gargalhei tanto, dancei tanto!!! Minha nossa! Que delicia relembrar!

E nesse momento de retrospectiva, percebo que um medo meu,  o de enrijecer... Não é possível, não irá existir...
O que acontece é que depois de tanta coisa já vivida, você já fica esperto com algumas situações e se esquiva delas. Quem não entender é só porque não a viveu.
Diria alguém: isso é ficar velhaco... Pode ser, mas velhaco ou não, esquivar-se de chateação é muito diferente de enrijecimento.
Quando se enrijece, se esconde, camufla. Os lábios arqueiam para baixo, o semblante enruga, a pele anuncia... o olhar também.

E apesar dos tropeções, dos tsunamis que já vivi, definitivamente, quem eu vejo no espelho não é essa descrição aí. Posso até estar menos tolerante, mas não! Não estou disposta nem a viver sozinha, muito menos, amargurada, porque essa eu não sou!

E no balanço geral: eu vejo: caramba! Dos trinta e oito, eu tiraria apenas um (somando momentos separados) porque foi tudo mais que sensacional.
Obrigada a cada um que fez parte dos 37 que eu repetiria com maior prazer!

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