domingo, 9 de agosto de 2015

Também é meu dia

Há três anos, optei por fazer dois papéis. Não foi uma decisão fácil, mas me orgulho do resultado dela.
Desfazer uma família, mesmo com toda a sinceridade e respeito como aconteceu na minha, nunca é uma decisão ótima de se tomar ou de viver. Dói pra todo mundo, em cada um de um jeito, e fica uma sensação de impotência, por mais bem resolvido que esteja. 
Mas o resultado foi positivo, apesar de qualquer intempérie que tenhamos passado. Passado é história e a decisão é olhar para dentro, para alto e avante, nunca para trás.
Estamos todos felizes, tranquilos, levando a vida como deve ser.
Mas eu fiquei com uma baita responsabilidade e tenho que arcar com as conseqüências dela. 
Planejo, coordeno e executo trabalho de dois, para mais três.
Trabalho lá, na firma e em casa, quase trabalho só.
Furo parede, instalo chuveiro, troco resistência, passo massa corrida, lixo, pinto.
Tenho que estar na reunião, fazer lição junto.
Tenho que controlar os horários, os deveres, a despesa.
Faço mercado, vou ao banco, compro o que falta.
Faço conta, orçamento e seguro o reggae pra pagar tudo. Nem sempre dá: seja para pagar tudo ou para segurar o reggae.
Levo pro parque, pras aulas de inglês, pro teatro, pra natação, pro francês. 
Mantenho a casa em ordem, a geladeira e armário completos, a vida limpa e organizada.
Contrato pedreiro, acompanho a obra, pechincho o melhor preço.
Ponho no colo, faço cafuné, carinho.
Quando precisa, fecho o tempo, falo com todas as verdades, explico qual é da vida, chamo na chincha (detesto essa parte).
Sou quem conta as piadas, quem elogia, quem pede pra trazer os amigos, quem faz o churrasco.

Minha decisão foi ser pai e mãe.
Mãe bacana, eu sei que sou. Talvez não seja a mais bacana, porque não mimo, não babo o ovo, não super protejo. Mas mereço os parabéns, porque pai... ahhhh... eu sou um pai  ducaralho!



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