domingo, 10 de maio de 2015

Feliz dia, filhos


Eu pensei em um milhão de formas de escrever hoje.
E foi difícil chegar até aqui.

Então, decidi apenas agradecer.
Mas eu não vim agradecer às mães. Vim agradecer aos filhos.
Escrevo para agradecer aos meus três filhotes e aos filhos de outras tantas mães que entenderam qual a real perspectiva da vida, pós maternidade.

Obrigada, filhos, vocês fizeram milagre.
Vocês ensinaram a nós, desde de um risco em teste farmacêutico ou um positivo em papel timbrado, que a vida não foi feita para se viver só.
É fato que vocês mexeram conosco. E agora, não cito o corpo que deforma, o enjoo jus à gestação, as noites de insônia, ou a preocupação com suas decisões e ações. 
Vocês mudaram nosso mundo, quando encheram o pulmão com ar dolorido e frio, e por isso choraram. Mas abrandaram o medo com nossa voz.
Vocês aqueceram nossos corpos, quando ainda nus e sujos, apoiaram aquela cabeça pequena em nossos colos.
Vocês nos modificaram quando abriram aquela pequena boca e sugaram seu alimento de dentro de nós: quando nos percebemos mamíferas e responsável pelo sustendo de uma cria.
Vocês encheram nossa alma com uma cor lilás e colocaram um sorriso em nossos lábios quando seguraram com aquela mão minúscula um único dedo que demos à vocês.
Vocês, no primeiro dia de vida terrena, em um único dia,  já fizeram corações cheios de cicatrizes, insuficiências, problemas ou limitações, baterem fortes, vívidos, intensos, e imediatamente prontos para distribuir todo o amor ele preenchia.
Vocês nos ensinam, filhos. Nos ensinam que somos humanas, com um toque celestial, quando podemos doar o nosso amor a vocês.

Vocês nos remetem ao extremo do altruísmo, quando entendemos que é preciso dedicar-se e apenas doar, para receber o que há de melhor.
Vocês ensinaram que existe amor, e este amor, vem cheio de imperfeições como ciúme, possessão e que eles podem ser controlados.
Vocês permitiram que nós começássemos a perceber os nossos defeitos e que precisaríamos derrotá-los para sua boa formação.
Vocês, desde pequeninos, nos fazem avaliar nossos comportamentos, nossa idoneidade, conduta, hábitos e costumes.
E acreditem, nós aperfeiçoamos. 
Sabemos que somos falhas, filhos, e nos perdoem por isso.
Somos apenas pessoas, como vocês são, quais estigmas, memória  e educação, advém de formação tão dolorida quanto a de vocês (do mundo e seus intempéries).
Vivemos nossas vidas, queridos filhos, buscando encontrar sentido para tanta dor,  sofrimento e angústia do mundo, como vocês mesmos querem (ou quererão) entender.
E a resposta, a nossa resposta, dá-se a cada sorriso, abraço, confidência que vocês nos oferecem.
Obrigada filhos, somos alunos do aprendizado que vocês nos dão.
Todos os dias nossos serão de vocês, e somos gratas pela imensidão de amor que nos fizeram mergulhar.
E nosso desejo é que vocês sejam felizes. E então, nossos dias também serão.


Dedicados à Leo, Julia e Mel


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