sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Nossos sentidos



Nossos sentidos foram alguns vividos
o que é carne, já foi lascivo
o que é família, já foi pudico
mas o que é amor, ainda é repreendido

Justo nós que somos tão bem resolvidos
mantemos esses sentimentos furtivos
revoltos porém contidos
porque em nós há algum abrigo

Na verdade, é quase um esconderijo
de muro alto e escorregadiço
que camuflam as dores de algum desperdício
dos amores cansados, ultrapassados 
amassados, espezinhados, quebradiços

Talvez esses amores tenham sido
os dissabores cansativos
daqueles que amam em compulsivo
e um dia se cansam, lamentam e condenam 
e tornam - todo - o novo proibido

Deve ser nossa sina, assim imagino
já que tamanhos recalques não são coibidos
e dessa forma seguimos sozinhos 
porém não esquecidos

Já que tamanha memória nos tem consentido
relances e espasmos de dias seguidos
dias de amor, de carinho e abraço passivo
ou  das palavras duras e de amor corrosivo.

E apesar de tudo que foi descrito
O sentido por você, 
para mim não está definido.
E o que é sentido por mim,
para você não faz sentido.





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