domingo, 10 de janeiro de 2016

Imperfeito do subjuntivo.

Seria bom se, entre tantas palavras lidas
existisse alguma verdade ou uma boa intenção
(ao menos uma intenção que não doesse tanto).

Seria melhor se você trocasse 
os dias vagos, cheios de suspense
por uma surpresa, e aparecesse, assim, de relance
como quem mostra real interesse.

Seria bom se o intervalo fosse curto
ou se os dias ausentes não fossem tão longos,
e também que eu não intercalasse entre outras atividades.

Melhor seria se o deslocamento fosse proposital
e não apenas um encaixe conveniente.
Se o pernoite fosse voluntário,
e eu fosse o real motivo, o desejo original.

Seria delicioso se não existisse um script 
e eu não fingisse que não me importo, 
não me chateio,
que aceito ou que consinto.

Seria perfeito se depois de ofegante
você não levantasse.
Que me desse um abraço forte ou um aconchego.
E que dormisse em meu pescoço.

Seria perfeito se quando levantasse
e eu não visse só suas costas.
Melhor seria se a porta abrisse o mesmo número de vezes que fechasse.

Bom mesmo seria se eu não fosse uma
entre tantas as procuradas.
E que fosse invejada por todas as outras,
sendo eu a única.

Perfeito seria se você viesse e ficasse de vez.
Se o verbo, o comportamento e o intuito 
fossem menos imperfeitos do subjuntivo
e eu fosse a primeira pessoa do seu singular.


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